quinta-feira, 18 de junho de 2009

Jung e o Tarô II


A definição de Jung é oportuna para o Tarô por várias razões, não apenas porque descreve como os Arcanos Maiores se vinculam aos Menores, mas como os arquétipos são, acima de tudo, universais no conteúdo (os Maiores) e, depois, se tornam pessoais ao serem percebidos pelo indivíduo (os Menores). É também, como uma pessoa mais holística pode imediatamente notar, uma forma quase clínica de dizer que todos nós criamos as próprias realidades por aquilo (arquétipo) de qual estamos mais conscientes.
No entanto, a definição de Jung, precisa como é, pode ainda deixar alguns de nós um pouco confusos. Ainda que entendamos as definições de Hermes e Jung dos arquétipos, eles não nos expli­cam como aplicá-los na vida cotidiana. Portanto, passemos ao Webster''s Ninth New Collegiate Dictionary,onde encontramos o arquétipo definido como: "padrão ou modelo original do qual todas as coisas do mesmo tipo são representações ou cópias.."6
Logo, se por alguns momentos, pensamos sobre essas três definições diferentes de arquétipos, é possível que cheguemos a uma definição consolidada que pode ser algo como:

Jung e os Arquétipos I


Carl Gustav Jung é o homem de nossa era responsável por uma vez mais trazer os arquétipos à atenção do público. Ele dedicou toda uma vida à exploração deles, e escreveu volumes sobre eles. Sobre os arquétipos, Jung escreveu:
Os conteúdos do inconsciente coletivo são conhecidos como arqué­tipos (...) essa parte do inconsciente não é individual, mas universal; em contraste com a psique pessoal, ela possui conteúdos e modelos de comportamento que são mais ou menos iguais em todos os lugares e em todos os indivíduos... O arquétipo é essencialmente um conteúdo inconsciente que é alterado ao tornar-se consciente e ao ser percebido, e assume sua cor a partir da consciência individual na qual por acaso aparece.

JUNG E O TARÔ


Os arquétipos servem, portanto, como matriz comportamental herdada por todo ser humano como arcabouço capaz de selecionar nas experiências da vida os elementos significativos que estejam em sintonia com o processo inato da individuação. Os arquétipos, verdadeiras potências imateriais, surgem como entidades impalpáveis e incognoscíveis, mas se manifestam por meio de idéias e imagens, e vestem-se com as mais distintas roupagens de acordo com as culturas que os representam.
Neste sentido, o Tarô os simboliza amplamente, e um mergulho no mundo dos Arcanos permite-nos espelhar nossa alma. Por isso a "leitura" das cartas, quando contemplativa e dinâmica, bem pode transportar-nos para um mundo psicológico mais profundo. Percorramos juntos então, passo a passo, esta estrada pictográfica da individuação.

Os Arquétipos do Tarô


O que são Arquétipos?

arquétipo é palavra de origem grega, primeiramente usada por Platão, a significar "padrões arcaicos" (arqui = antigo, arcaico + typos = padrão, matriz), e Jung se valeu do termo para denominar certos padrões registrados no comportamento da humanidade, que vêm sendo manifestos ao longo de sua história pelas mais diversas culturas. Embora semelhantes entre si, expressam-se pela variedade dos mitos, religiões, lendas ou folclore; e através de padrões também identificáveis em nosso mundo onírico, quer no cerne de nossos sonhos, quer sob a forma das fantasias.

O TARÔ


O que é Tarô

O Tarot é um baralho composto de 78 lâminas (ou cartas), dividido em 2 grupos principais: os Arcanos Maiores, composto por um grupo de 22 lâminas (numeradas de 0 a 21 ou de 1 a 22) e os Arcanos Menores, composto por um grupo de 56 lâminas,distribuídas em 4 naipes (Copas, Paus, Espadas e Ouros - como no baralho tradicional), cada um com 14 lâminas, dispostas de As a 10, inclusas em cada grupo as figuras do Rei, Rainha, Cavaleiro e Pajen ou Valete. As lâminas são ilustradas com o simbolismo universal, relacionadas às imagens arquetípicas que compõem os mitos e lendas, artisticamente representadas através do conjunto de formas (geometria), cores, figuras humanas, animais e vegetais, objetos e números, totalizando em códigos especiais de acesso à Alma humana.
O termo Arcano, foi criado pelo médico e alquimista Paracelso (Phillipus Teophrastus Bombastus Von Hohenheim). O termo em latim Arcanum, literalmente significa oculto ou misterioso, evocando a idéia de um conteúdo ainda hermético que precisa ser aberto e revelado.